Mais de 20 supostos membros de gangues foram mortos em um confronto no subúrbio de Petion-Ville, na capital do Haiti, quando moradores, armados com facões e ferramentas, uniram forças à polícia local para repelir uma tentativa de ataque. Em resposta à violência, ruas foram barricadas, e corpos de suspeitos foram queimados, demonstrando a escalada do movimento de vigilância civil conhecido como bwa kale. Segundo autoridades, armas pesadas, como rifles Kalashnikov, foram apreendidas de indivíduos armados que viajavam em vans pela região.
Esse movimento de retaliação, iniciado em 2022, reflete a insatisfação da população com a falta de recursos e efetivo da polícia nacional. Enquanto a ONU documentou dezenas de casos de violência extrema relacionados ao bwa kale, ativistas de direitos humanos alertam para o risco de mortes injustas, incluindo de inocentes. Paralelamente, o governo haitiano tem solicitado apoio internacional para combater gangues que atuam com extrema violência, incluindo sequestros, extorsões e o bloqueio de recursos essenciais.
A crise de segurança no Haiti agravou-se com o deslocamento de mais de 700 mil pessoas, enquanto a fome extrema atinge milhares. Apesar da aprovação de uma missão de apoio da ONU, sua implementação é considerada insuficiente para conter a escalada da violência. A pressão por uma ação mais robusta, incluindo missões de paz, será discutida em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, enquanto organizações humanitárias, como os Médicos sem Fronteiras, enfrentam dificuldades para operar devido às ameaças crescentes.