Uma médica de um hospital em Trindade, Goiás, denunciou que foi presa por policiais civis após pedir que aguardassem do lado de fora enquanto ela finalizava o atendimento de um paciente. Os policiais, que acompanhavam um detento para a realização de exame de corpo de delito, teriam exigido prioridade no atendimento. Segundo o relato da médica, houve intimidação e desrespeito, culminando em sua detenção sob acusação de desacato. O caso gerou repercussão, com entidades de classe repudiando a conduta dos agentes.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) lamentou o ocorrido e anunciou que investigará a conduta ética da profissional, embora tenha reafirmado seu apoio à médica, destacando o desrespeito e a coerção enfrentados por ela durante o exercício de suas funções. A entidade enfatizou a precariedade das condições de trabalho enfrentadas pelos médicos e cobrou rigor na apuração dos fatos pelas autoridades competentes. O hospital envolvido também expressou solidariedade à médica e garantiu colaboração com as investigações.
A médica relatou ainda ter sofrido abuso psicológico durante sua permanência na delegacia, com acusações e intimidações de agentes que, segundo ela, visavam fazê-la reagir. Liberada após depoimento, a profissional ficou emocionalmente abalada e não conseguiu concluir seu plantão. Sua advogada afirmou que tomará medidas judiciais contra o estado, buscando reparação pelos danos morais sofridos, e apresentará uma denúncia ao Ministério Público sobre a situação.