O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que em novembro será divulgado um concurso unificado para a seleção de professores da rede pública, com o objetivo de facilitar a contratação de docentes para diferentes regiões do Brasil. A proposta visa aumentar o número de profissionais efetivos e otimizar os processos seletivos, especialmente para cidades pequenas que enfrentam dificuldades logísticas e orçamentárias. O concurso poderá ser utilizado por municípios e estados, que terão a opção de aderir ao processo ou manter seus próprios concursos.
Segundo pesquisa da ONG Todos Pela Educação, a maioria dos concursos para professores não inclui avaliações práticas, limitando-se a questões teóricas que abordam apenas o conteúdo das disciplinas, sem considerar as práticas pedagógicas. A pesquisa destaca que apenas em quatro estados as provas exigiram demonstração de aula. Para o MEC, uma possível solução seria adotar o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para a seleção de docentes, o que permitiria um processo mais padronizado e eficaz, com questões mais bem formuladas e frequentes.
Entretanto, a implementação do concurso unificado apresenta desafios. Será necessário garantir que as provas avaliem habilidades pedagógicas reais, e não apenas conhecimento teórico. Além disso, o MEC terá de convencer professores experientes, especialmente os temporários, a participarem do Enade, tradicionalmente voltado para formandos de graduação. A adesão ao concurso pode gerar vantagens como a redução de custos para os estados e municípios, além de incentivar a permanência de novos profissionais nas salas de aula.