Um advogado negro foi vítima de injúria racial durante um voo da companhia aérea Latam entre Nova York e Guarulhos, ocorrido em fevereiro de 2022. A passageira, de nacionalidade chinesa, tentou impedir que o advogado se sentasse ao seu lado, utilizando agressões verbais e físicas ao longo de nove horas de viagem. A situação foi marcada pela omissão da equipe de bordo, que não interveio durante as ofensas. O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que a companhia deveria indenizar a vítima em R$ 18 mil por danos morais, considerando a falha em proteger o cliente de abusos.
Durante o voo, a passageira se deitou no assento do advogado e proferiu palavras ofensivas, incluindo a expressão “go back”, insinuando que ele deveria se afastar. Apesar da realocação da agressora para outro assento, o advogado continuou a sofrer com os ataques, que culminaram em chutes e tentativas de provocação. A juíza responsável pela decisão ressaltou que a Latam tinha a obrigação de garantir a segurança e a dignidade de seus passageiros, especialmente em situações de agressão.
Após o incidente, a vítima enfrentou sérios problemas emocionais e psicológicos, incluindo um diagnóstico de depressão, o que resultou em afastamento do trabalho. A Latam recorreu da decisão judicial, e a indenização ainda não foi paga. A defesa da vítima também desistiu de processar a passageira, que faleceu em um acidente de trânsito em junho de 2023. O caso expõe questões graves relacionadas ao racismo e à responsabilidade das empresas aéreas em situações de discriminação.