A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, criada há 29 anos, voltará a atuar nas investigações relacionadas às vítimas da ditadura militar. O grupo, que foi encerrado em dezembro de 2022, retoma seus trabalhos com a missão de buscar restos mortais de desaparecidos, além de revisar e atualizar certidões de óbito de pessoas falecidas durante esse período. A primeira reunião presencial, após encontros virtuais, ocorrerá em São Paulo nos dias 13 e 14 de novembro, com a definição do plano de trabalho para os próximos meses.
Entre as principais ações do novo plano está a busca por corpos de desaparecidos em locais específicos, como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Foz do Iguaçu. A Comissão também focará na retificação das certidões de óbito de vítimas da ditadura, com um pedido formal já entregue ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para orientar os cartórios sobre essas atualizações. A Comissão realizará, ainda, a análise de novos casos e dará continuidade à exumação de ossadas, incluindo na vala clandestina de Perus, em São Paulo, onde ocorreram buscas nos anos 1990.
Além da definição do plano de trabalho, a Comissão visitará importantes locais históricos ligados à repressão, como o DOI-CODI e o Memorial da Resistência, em São Paulo, como parte da retomada das atividades. A reativação da Comissão foi uma decisão do atual governo, com o objetivo de dar continuidade ao processo de apuração e reconhecimento das vítimas da ditadura, buscando justiça para as famílias dos desaparecidos.