O futebol brasileiro está experimentando uma nova fase de aproximação com o mercado de capitais, com clubes tradicionais começando a explorar alternativas financeiras por meio de fundos e instrumentos como as debêntures-fut. Recentemente, o São Paulo Futebol Clube anunciou uma parceria com a Galapagos Capital e a OutField para criar um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) que tem como objetivo renegociar sua dívida de mais de R$ 200 milhões, enquanto o Atlético Mineiro foi pioneiro na emissão das debêntures-fut, com a expectativa de levantar R$ 105 milhões para alongar seu perfil de dívida.
Esses movimentos são vistos como reflexos da crescente maturidade da indústria do futebol, que busca alternativas para acessar crédito de forma mais eficiente, evitando as altas taxas de juros e a dependência de dívidas de curto prazo. O modelo das Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) tem contribuído para a transição, oferecendo maior estabilidade e confiança aos investidores. No entanto, a regulação ainda é um ponto delicado, já que a infraestrutura financeira e a regulamentação vigente são consideradas insuficientes para garantir a participação dos grandes bancos no setor.
Enquanto o São Paulo ainda mantém seu modelo de associação, a aposta nas SAFs se intensifica, e gestoras financeiras como XP e BTG já demonstram interesse nas movimentações do futebol. Para especialistas, a migração para as SAFs pode facilitar o acesso a novos mecanismos de financiamento, enquanto os clubes buscam ajustar seus fluxos de caixa e garantir uma maior sustentabilidade financeira no longo prazo.