Na quarta-feira (27), fortes chuvas em Salvador resultaram no soterramento de um jovem de 23 anos, vítima de um deslizamento de terra entre os bairros de Pernambués e Saramandaia. O incidente é parte de uma série de tragédias relacionadas a deslizamentos nos últimos dez anos, que já resultaram em mais de 20 mortes na cidade. Além do jovem, outras quatro pessoas ficaram feridas em um deslizamento em área próxima, sendo que uma criança, de seis anos, está em estado grave. As buscas por uma das vítimas continuam, e as autoridades utilizam cães farejadores para localizar o desaparecido.
Apesar dos esforços de contenção e das medidas preventivas, como a instalação de sirenes e sistemas de alerta, a cidade enfrenta grandes desafios devido à insuficiência das infraestruturas de drenagem e contenção de encostas. Com um acumulado de chuvas que ultrapassa os 320 mm em novembro de 2024, Salvador registrou o mês mais chuvoso desde 1961, agravando os riscos de alagamentos e deslizamentos. Especialistas apontam a necessidade de maior investimento em soluções de infraestrutura que integrem a recuperação de áreas já habitadas com novas intervenções, além de um monitoramento mais rigoroso das áreas de risco.
Nos últimos dez anos, a Prefeitura de Salvador investiu em contenção de encostas e melhorias na drenagem, com a execução de obras em diversas áreas críticas. No entanto, as condições extremas do clima exigem um planejamento urbano mais resiliente para prevenir danos durante períodos de chuvas intensas. A cidade também implementou um sistema de monitoramento de chuvas e um plano de defesa civil que inclui treinamento da população em áreas de risco, mas os desafios persistem, especialmente em áreas de grande vulnerabilidade social.