A China deu início a uma nova fase de estímulo fiscal, com um pacote voltado a reduzir as tensões de pagamento de dívidas dos governos locais. Em um momento de forte desaceleração econômica, marcada pela baixa demanda, crise no setor imobiliário e pressões financeiras crescentes, Pequim anunciou medidas para aliviar as chamadas “dívidas ocultas” por meio da alocação de 10 trilhões de iuanes para reduzir esse passivo fora do balanço. As autoridades chinesas, no entanto, não revelaram novas políticas para estimular diretamente o consumo, o que muitos investidores esperavam.
Em uma decisão aprovada pelo Congresso Nacional do Povo, o limite para emissão de títulos especiais por governos locais foi elevado de 29,52 trilhões para 35,52 trilhões de iuanes, enquanto a cota de dívidas locais também foi ampliada. Além disso, os governos poderão usar emissões já aprovadas para trocas de dívidas, totalizando 4 trilhões de iuanes. Essas trocas, segundo o vice-presidente do comitê de assuntos financeiros e econômicos do Congresso, Xu Hongcai, visam mitigar os riscos financeiros sistêmicos decorrentes da dívida local acumulada.
Entre as medidas adicionais, o governo anunciou possíveis incentivos para a compra de apartamentos não vendidos e a recuperação de terrenos residenciais não desenvolvidos, além de injeções de capital para grandes bancos estatais. O ministro das Finanças, Lan Foan, destacou que essas iniciativas buscam fortalecer o setor estatal e apoiar o sistema financeiro, embora não tenha detalhado o tamanho ou cronograma das ações.