O cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah entrou em vigor na madrugada de 27 de novembro de 2024, após 14 meses de conflito que resultaram em milhares de mortes e deslocamento em ambos os países. A trégua foi anunciada com base na Resolução 1701 da ONU, que visava a estabilização da região após a guerra de 2006, mas que nunca foi totalmente implementada devido a violações recorrentes por ambas as partes. O acordo estipula que o sul do Líbano deve estar livre de armas e combatentes fora das forças libanesas e da ONU, com o Hezbollah recuando ao norte do rio Litani, enquanto as tropas israelenses retornam à sua fronteira.
Apesar do alívio imediato, a implementação da trégua é vista com ceticismo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país se reserva o direito de agir militarmente se considerar o Hezbollah uma ameaça, o que reforça a fragilidade do acordo. Além disso, a falta de confiança nas capacidades do Exército libanês e na missão de paz da ONU para garantir o desarmamento do Hezbollah é um ponto de preocupação para Israel. No sul do Líbano, as imagens de retorno dos civis contrastam com o medo de ataques futuros, enquanto o norte de Israel segue em alerta.
A divisão de opiniões em Israel sobre o cessar-fogo reflete a complexidade da situação. Pesquisas indicam que uma parte significativa da população israelense é contra a trégua, especialmente nas regiões afetadas pelos ataques do Hezbollah. A falta de um plano claro para garantir a segurança no norte de Israel e as críticas à retirada israelense do Líbano sugerem que o futuro da paz na região continua incerto, com os dois lados mantendo uma postura de cautela e desconfiança.