O recente cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah no Líbano é considerado um avanço importante para reduzir as tensões na região, mas especialistas apontam que a paz alcançada é ainda instável e vulnerável. A analista Fernanda Magnotta, durante entrevista ao programa 360° da última quarta-feira (27), destacou que o acordo era muito aguardado, especialmente em meio à grave crise humanitária enfrentada pela região. Contudo, ela alerta que, embora o cessar-fogo seja bem-vindo, a paz permanece frágil, com desafios significativos pela frente.
Magnotta compara o acordo a uma fina camada de gelo sobre um lago profundo, sugerindo que qualquer movimento abrupto poderia quebrá-la e reverter o progresso alcançado. A analista observou que, apesar do cessar-fogo, as questões centrais do conflito — que envolvem disputas de longa data e profundas diferenças entre as partes — não foram resolvidas. A situação permanece tensa, e as questões estruturais não puderam ser abordadas nesta fase do processo.
A analista acredita que o cessar-fogo foi possível devido ao reconhecimento comum de que os custos da guerra estavam superando seus benefícios, o que permitiu a negociação de um acordo, embora delicado. Ela enfatiza que o mais importante agora é observar como as lideranças locais e internacionais vão garantir o cumprimento do acordo e dar continuidade ao processo, visto que acordos semelhantes no passado não conseguiram se sustentar. A comunidade internacional segue atenta, na expectativa de que esse momento de calma possa abrir caminho para negociações mais duradouras.