Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em setembro, diversos fatores econômicos evoluíram de forma desfavorável, pressionando o Banco Central a adotar uma política monetária mais restritiva. A depreciação do real, inflação próxima ao teto da meta de 4,5%, e o aumento do risco fiscal foram alguns dos pontos destacados por especialistas. Esses fatores, somados à valorização do dólar impulsionada por fatores externos, contribuíram para a expectativa de um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa Selic, agora projetada para 11,25%.
O cenário fiscal tornou-se o principal foco de preocupação para investidores, uma vez que a falta de clareza sobre as medidas de ajuste prometidas após as eleições municipais eleva o prêmio de risco do país e impacta a inflação e o câmbio. Em meio a críticas do mercado sobre o ritmo de contenção de gastos, economistas apontam a necessidade de que o governo mostre compromisso com a sustentabilidade fiscal para melhorar as perspectivas econômicas e controlar a inflação. O ambiente externo também é desfavorável, com incertezas políticas nos EUA e tensões geopolíticas.
Além da urgência de ajustes fiscais, o Copom segue atento à evolução do cenário para definir os próximos passos. A expectativa é de que a Selic permaneça elevada até que o ambiente inflacionário e fiscal apresente sinais mais sólidos de controle, sendo a queda dos juros projetada apenas para o final de 2025. Esse panorama reflete a cautela do Banco Central, que se mantém vigilante e com decisões abertas a novos ajustes, conforme o cenário econômico evolui.