Em São Paulo, o fenômeno da devoção a pessoas falecidas, consideradas milagreiros, ganha destaque através do livro “Milagreiros de Cemitério – Cidade de São Paulo”, que será lançado neste sábado. A pesquisa catalogou 25 figuras, cujos túmulos se tornaram locais de peregrinação para aqueles que buscam ajuda em questões como saúde, proteção e superação de dificuldades. Embora não sejam oficialmente canonizados pela Igreja Católica, esses indivíduos são venerados pela comunidade, atraindo devotos que compartilham relatos de graças alcançadas.
O autor do livro, Thiago de Souza, ressalta que a devoção a esses “milagreiros” muitas vezes surge de mortes trágicas ou impactantes, criando um laço emocional profundo entre a comunidade e os falecidos. A prática de deixar ex-votos, placas de agradecimento, evidencia a gratidão e a crença no poder divino atribuído a essas almas. Além de resgatar a memória desses indivíduos, o objetivo da pesquisa é também promover a preservação desse patrimônio cultural imaterial, que dialoga com as crenças e a espiritualidade das populações locais.
Entre os milagreiros mais conhecidos estão crianças e adultos cujos túmulos atraem pedidos diversos, desde cura de doenças até sucesso em vestibulares. O fenômeno é caracterizado por um forte senso de empatia comunitária, onde os devotos buscam conforto e esperança em momentos de dor e necessidade. Assim, os cemitérios de São Paulo não apenas abrigam a memória dos que partiram, mas também se tornaram símbolos de fé e resiliência para muitos.