Nos últimos 20 meses, a gestão dos cemitérios de São Paulo sob concessão privada tem gerado diversas reclamações dos usuários, resultando em 134 autos de infração aplicados pela SPRegula. Embora as infrações tenham se acumulado, apenas 22 foram convertidas em multas, e a prefeitura não divulgou os valores correspondentes. As concessionárias mais penalizadas incluem o Grupo Maya, com 51 infrações, e a Cortel, com 28. O diretor-presidente da SPRegula justificou a lentidão na aplicação de multas com o direito de defesa das empresas, afirmando que a maioria das infrações está relacionada a cobranças abusivas.
A gestão privada dos cemitérios trouxe à tona diversas reclamações sobre a qualidade dos serviços, incluindo má conservação e taxas elevadas para a renovação de cessões de ossários. Famílias têm relatado custos exorbitantes, como o caso de uma família que teve que arcar com uma renovação de R$ 1.170,00, quando a tabela oficial estipula o valor de R$ 366,76 para o mesmo serviço. Além disso, a cobrança de taxas por serviços anteriormente gratuitos, como orações em capelas, tem gerado descontentamento entre os munícipes.
A prefeitura defende que a concessão melhorou a gestão dos serviços funerários, com reduções de preços e garantias de gratuidade para famílias em situação de vulnerabilidade. Os valores dos serviços funerários foram ajustados, e a fiscalização foi reforçada, com a expectativa de melhorar a transparência e a qualidade do atendimento. Entretanto, as críticas persistem, refletindo a insatisfação da população com as mudanças implementadas e os serviços prestados pelas concessionárias.