Celeste Caeiro, conhecida como a “Dama dos Cravos”, morreu na sexta-feira (15), aos 91 anos. Ela ficou marcada na história de Portugal por sua participação no movimento que ficou conhecido como a Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974. Naquele dia, enquanto trabalhava em um restaurante em Lisboa, Caeiro distribuiu cravos aos soldados que se rebelaram contra a ditadura portuguesa, gesto que simbolizou a pacificidade da revolução. A imagem dos cravos sendo colocados nos canos dos rifles e tanques se espalhou pelo mundo, tornando-se um ícone da transição para a democracia no país.
Na manhã de 25 de abril de 1974, Celeste estava prestes a participar de uma comemoração no restaurante onde trabalhava, mas a festa foi cancelada devido aos acontecimentos políticos do dia. Ao invés disso, ela ficou responsável por levar as flores para casa. Durante seu trajeto, ao ser abordada por um soldado, ela ofereceu um cravo, o que levou outros militares a também receberem flores. A cena foi amplamente registrada por jornalistas e fotógrafos e rapidamente se tornou um símbolo da Revolução dos Cravos, que derrubou o regime ditatorial que durava 40 anos.
Celeste Caeiro participou das comemorações dos 50 anos da Revolução dos Cravos, em 2024, e foi lembrada por sua contribuição pacífica para a história de Portugal. A revolução, que aconteceu sem grande violência, foi um marco na história do país, e a imagem dos cravos permaneceu como um símbolo de liberdade e democracia. A morte de Celeste Caeiro, um dos maiores ícones desse movimento, é vista como a perda de uma figura essencial na memória coletiva de Portugal.