Em uma Assembleia Geral Extraordinária realizada no Rio de Janeiro, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aprovou uma mudança em seu estatuto, permitindo ao presidente da entidade um terceiro mandato. A medida beneficia o atual presidente, que poderá permanecer no cargo até 2034, ampliando a possibilidade de reeleição para até duas vezes. A decisão foi aprovada por unanimidade pelos presidentes das federações estaduais presentes, mas não contou com a participação de clubes, uma vez que a assembleia não tinha fins eleitorais.
Essa mudança ocorre em um momento de instabilidade jurídica envolvendo a presidência da CBF. O presidente havia sido afastado temporariamente em dezembro de 2023, após decisão judicial, mas retornou ao cargo no início de 2024 por decisão liminar do STF. Esse afastamento temporário trouxe incertezas sobre a continuidade de seu mandato, e a alteração no estatuto proporciona maior segurança jurídica para que ele participe das próximas eleições, previstas para 2026, sem o risco de que sua candidatura seja questionada judicialmente.
O processo que resultou no afastamento temporário do presidente tem origem em uma ação de 2018, em que o Ministério Público do Rio de Janeiro questiona a estrutura de votação da CBF, que atribui pesos diferentes a federações e clubes. Em 2021, essa estrutura já havia sido tema de intervenção judicial, posteriormente revertida por um acordo extrajudicial. A recente mudança no estatuto da CBF reflete uma tentativa de estabilizar a governança da entidade, embora questões judiciais sobre sua organização interna ainda estejam em andamento.