O Catar anunciou neste sábado (9) a suspensão de seu papel como mediador nas negociações para um cessar-fogo em Gaza entre Israel e o Hamas. Segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al-Ansari, o país notificou as partes envolvidas há cerca de dez dias que abandonaria os esforços de mediação caso um acordo não fosse alcançado. Após meses de negociações sem progresso, o Catar decidiu encerrar as tentativas de intermediar um acordo para o cessar-fogo e a libertação de reféns, tema que permanece sem avanços.
Além da suspensão da mediação, autoridades cataris optaram por fechar o escritório político do Hamas em Doha, alegando falta de boa fé nas negociações. Um diplomata próximo ao processo afirmou que a decisão de fechar o escritório foi independente, negando que tenha sido resultado de pressão dos Estados Unidos, apesar de fontes indicarem que o pedido norte-americano foi feito anteriormente. A medida foi tomada após o grupo rejeitar várias propostas para a libertação de reféns, incluindo uma recente proposta discutida no Cairo.
O Catar desempenhou papel crucial na mediação de negociações e conseguiu garantir a libertação de reféns em casos anteriores. Contudo, a permanência do escritório do Hamas em Doha tornou-se insustentável diante da recusa do grupo em ceder em questões-chave. Caso ambos os lados demonstrem disposição para negociar um cessar-fogo, o escritório poderá ser reaberto, segundo fontes diplomáticas. Em abril, uma medida temporária similar foi tomada, com membros do Hamas sendo transferidos para a Turquia, antes de retornarem a Doha para novas negociações, em resposta a um pedido dos Estados Unidos e Israel.