Uma celebrante de casamentos em Piracicaba (SP) decidiu cancelar o contrato com uma noiva e registrou um boletim de ocorrência após receber uma mensagem com teor racista. A noiva rejeitou a indicação de uma cerimonialista negra, afirmando preferir “um time de pessoas brancas”. Diante disso, a profissional justificou sua decisão pelo caráter discriminatório da declaração e anunciou que não celebraria um evento ligado a um comportamento de ódio.
A noiva, por sua vez, acionou a Justiça para cobrar uma multa de R$ 4,5 mil pelo rompimento do contrato, que incluía cláusulas de penalidade. A celebrante afirmou que sua posição é inegociável, defendendo que não há como celebrar o amor entre pessoas que promovem atitudes racistas. Além disso, a situação foi interpretada como mais um reflexo do racismo estrutural ainda presente na sociedade brasileira.
A cerimonialista indicada e mencionada na fala racista soube do ocorrido posteriormente e destacou o sentimento de exclusão que profissionais negros enfrentam no mercado de eventos. Embora não tenha registrado denúncia contra a noiva, considera importante a postura de sua colega. O caso repercute como exemplo de enfrentamento ao racismo e levanta discussões sobre inclusão e respeito no setor de casamentos.