O casamento de Healing e Heryck no Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP), surpreendeu o público ao unir rituais de sua religião com um ambiente fúnebre. A cerimônia seguiu os preceitos da umbanda independente, liderada pelo filho da noiva, e contou com a presença de entidades espirituais, como Rosa Caveira e Exu Caveira, representadas no altar. Convidados, vestidos predominantemente de preto e vermelho, participaram de danças, cantos e toques de atabaque, enquanto curiosos e trabalhadores do local observavam com estranhamento.
A escolha do cemitério e das cores é explicada pela conexão espiritual que os noivos sentem com o ambiente e com as entidades que regem seu terreiro. Apesar da organização rápida, a celebração fluiu com axé e alegria, mesmo sob críticas de quem não compreende os rituais. Healing destacou a importância espiritual do cemitério em sua prática religiosa, defendendo a autenticidade e respeito da cerimônia. O evento, que teve toques de improviso, foi marcado pela emoção e espiritualidade.
No entanto, a designação de umbanda independente usada pelo casal gerou controvérsias. Entidades religiosas questionaram essa diferenciação, argumentando que a umbanda é uma só e deve preservar seus princípios originais de igualdade e caridade. A falta de um órgão regulador e a diversidade de práticas tornam a religião flexível, mas também sujeita a divergências. Especialistas reconhecem a diversidade ritualística, enquanto destacam a necessidade de não cobrar por atendimentos, mantendo o foco no bem-estar e na ajuda espiritual.