Um casal aposentado em Teresina, Dona Neta e Seu Genésio, vive há mais de 30 anos trabalhando em um cemitério, onde cuidam de túmulos e realizam serviços relacionados a enterros. Desde a inauguração do cemitério Santa Cruz, Dona Neta começou a trabalhar arduamente para sustentar sua família, levando até sua neta para o local. Ambos afirmam que o contato constante com a morte não gera medo, mas sim uma compreensão profunda da vida e da sua finitude.
Durante suas atividades, o casal já presenciou eventos impactantes, incluindo um crime no cemitério, o que reforçou sua visão de que os vivos podem ser mais perigosos que os mortos. A psicóloga Kelly Silva, citada na matéria, explica que o medo da morte está ligado à falta de controle que o ser humano sente diante da finitude da vida. Para Dona Neta e Seu Genésio, a morte é vista como um ciclo natural, não como um tabu, e as flores que plantam em cada túmulo simbolizam a memória e a celebração da vida.
Apesar de trabalharem em um ambiente que muitos consideram sombrio, eles cultivam uma perspectiva otimista. Seu Genésio expressa um desejo de longevidade, afirmando que a proximidade da morte o faz valorizar ainda mais a vida. A história deles destaca como a aceitação da morte pode transformar a forma como se vive, trazendo uma perspectiva de gratidão e valorização do presente.