A decisão do Carrefour de interromper a compra de carne bovina do Mercosul, em resposta à demanda de agricultores franceses, gerou um forte posicionamento da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado brasileiro. A comissão aprovou um requerimento para ouvir o embaixador da França no Brasil e o CEO do Carrefour na França, além de emitir uma nota de repúdio contra a rede de supermercados. A principal crítica do Senado foi a alegação feita pela empresa sobre a qualidade da carne brasileira, que é considerada uma das mais rigorosamente inspecionadas e de alta qualidade no mercado global.
Senadores como Wellington Fagundes e Otto Alencar ressaltaram a excelência do setor agropecuário brasileiro e rejeitaram a ideia de que a carne do Mercosul seja inferior. Fagundes, que é médico veterinário, defendeu a integridade da indústria brasileira, afirmando que a qualidade da carne e as práticas de inspeção são reconhecidas mundialmente. Outros membros da comissão, como Vanderlan Cardoso, também destacaram que a decisão do Carrefour trouxe perdas tanto para produtores quanto para distribuidores, afirmando que não há vencedores nessa situação.
A reação do Senado foi amplamente favorável à proteção do setor agropecuário nacional, com críticas ao comportamento da França, que, segundo os senadores, estaria utilizando questões comerciais e diplomáticas para prejudicar o Brasil. O senador Omar Aziz destacou que o Brasil não depende do Carrefour para seu setor agropecuário e afirmou que a rede de supermercados precisaria ajustar seus preços para competir com a qualidade e o custo da carne brasileira. Ao final da reunião, o Carrefour se retratou publicamente, pedindo desculpas pela controvérsia gerada pela sua decisão.