O CEO do Carrefour gerou polêmica ao anunciar que a rede de supermercados não compraria mais carne do Mercosul, citando preocupações com a segurança sanitária e as normas ambientais. Sua declaração, que mencionava o risco de inundação do mercado francês com carne que não atenderia aos requisitos da França, provocou um boicote imediato de frigoríficos brasileiros e críticas do governo do Brasil. Em resposta, o Carrefour pediu desculpas, reafirmando o compromisso com a qualidade da carne brasileira.
A situação se intensificou após a ministra da Agricultura da França, em uma sessão na Assembleia Nacional, defender a oposição ao acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul, alegando que produtos que não atendem aos padrões de segurança e ambientais representariam riscos à soberania e à saúde pública. A fala da ministra foi comparada à do CEO do Carrefour, o que gerou ainda mais atrito entre os países e os produtores brasileiros.
Em meio ao impasse, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) anunciou que processará o Carrefour e outra rede francesa, Les Mousquetaires, alegando que as ações das empresas violam regras de defesa da concorrência da União Europeia. A disputa está relacionada à disputa por mercado, com produtores franceses temendo que a entrada de carne brasileira a preços mais competitivos prejudique a produção local, caso o acordo UE-Mercosul seja aprovado.