O CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, anunciou que a rede de supermercados pode deixar de comercializar carnes provenientes dos países do Mercosul caso o acordo de livre comércio entre o bloco e a União Europeia seja aprovado. A decisão, segundo Bompard, visa atender às preocupações dos agricultores franceses em relação à concorrência com produtos originados em áreas que não atendem aos critérios ambientais europeus. A principal legislação em questão é a lei antidesmatamento da UE, que proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas a partir de 2022, mesmo que a legislação no país de origem não impusesse tais restrições.
A declaração gerou uma reação do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil, que refutou as alegações, defendendo a qualidade das carnes brasileiras e o rigor das normas ambientais do país. O Mapa destacou que o Brasil possui um dos sistemas mais avançados de defesa agropecuária e que as práticas de rastreabilidade e sustentabilidade no setor estão em conformidade com as diretrizes internacionais, incluindo os padrões exigidos pela União Europeia. O ministério também enfatizou que as autoridades europeias atestam há mais de 40 anos a qualidade das carnes brasileiras, refutando a ideia de que os produtos do Mercosul não atenderiam às exigências da UE.
Além disso, o Ministério da Agricultura criticou a postura de empresas francesas, sugerindo que a oposição ao acordo Mercosul-UE poderia estar sendo impulsionada por interesses protecionistas. O Mapa reiterou o compromisso do Brasil com a sustentabilidade e a qualidade de seus produtos e reforçou que o setor agropecuário brasileiro é transparente e está em conformidade com as normas ambientais mais rigorosas do mundo. O governo brasileiro também propôs modelos de rastreabilidade para se alinhar com o Regulamento de Desmatamento da União Europeia, com o objetivo de facilitar a implementação de uma produção rastreável e sustentável.