A decisão do Carrefour de vetar a carne proveniente do Mercosul nas lojas da França gerou uma onda de reações no Brasil, incluindo um boicote de frigoríficos que passaram a suspender o fornecimento do produto para as unidades da rede no país. O veto foi anunciado pelo presidente-executivo do Carrefour, que justificou a medida como uma resposta às preocupações de agricultores franceses, que protestavam contra o acordo comercial União Europeia-Mercosul e questionavam a qualidade da carne importada. Essa postura gerou insatisfação entre os produtores brasileiros, que interpretaram a declaração como um ataque à qualidade da carne nacional.
Em resposta ao impasse, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, declarou apoio ao boicote dos frigoríficos, criticando o posicionamento do Carrefour. Fávaro destacou que, embora os produtores franceses tenham o direito de proteger seu mercado, a acusação à qualidade da carne brasileira não poderia ser aceita. Ele afirmou que, se o Carrefour não aceitar a carne brasileira nas prateleiras de suas lojas na França, o mesmo deveria ocorrer para as lojas no Brasil, sugerindo que o supermercado deveria ser tratado da mesma forma nos dois países.
A situação se complicou ainda mais com a mediação da Embaixada da França, que entrou em contato com o Carrefour para buscar uma possível retratação sobre a questão. O embaixador francês se ofereceu para intermediar um diálogo com o governo brasileiro para tentar apaziguar a situação. As autoridades brasileiras, no entanto, mantêm uma postura firme em defesa da carne produzida no país, sinalizando que o conflito pode ter implicações para as relações comerciais entre os dois países.