O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, anunciou, em comunicado nas redes sociais, que a empresa não venderá mais carnes provenientes do Mercosul — bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai —, independentemente dos preços ou quantidades oferecidas por esses países. A decisão foi tomada após a pressão de agricultores franceses, que estão revoltados com o possível acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. As manifestações, organizadas por sindicatos agrícolas franceses, começaram em 18 de novembro com bloqueios de estradas e protestos públicos.
Bompard afirmou que a medida visa proteger os padrões de produção de carne na França, já que o acordo poderia permitir a entrada de carnes que não atendem aos requisitos ambientais e de qualidade exigidos no país. Ele também manifestou a esperança de que essa decisão influencie outras empresas do setor agroalimentar, especialmente aquelas no mercado de catering, que representa uma parte significativa do consumo de carne na França. A carta foi direcionada a Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), uma das entidades responsáveis pelos protestos.
Em resposta à decisão do Carrefour, o Grupo Carrefour Brasil declarou que a política adotada na França não afetará suas operações no mercado brasileiro. O posicionamento de Bompard reflete um movimento crescente contra o acordo comercial, com a oposição de diversos grupos agrícolas franceses, que pedem ao presidente francês, Emmanuel Macron, que utilize o direito de veto caso o acordo seja mantido em sua forma atual.