O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, se comprometeu a fazer uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após suas declarações que levaram ao boicote de frigoríficos brasileiros ao grupo Carrefour Brasil. A crise teve início quando Bompard anunciou que não venderia carnes do Mercosul em lojas da França, uma medida que foi interpretada como uma resposta à oposição dos agricultores franceses ao acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul. A declaração gerou reações negativas, incluindo de membros do conselho da operação brasileira, que consideraram o comentário politicamente imprudente.
O governo brasileiro e a Embaixada da França têm trabalhado para resolver a situação, com o embaixador Emmanuel Lenain tentando intermediar as negociações. Em um encontro recente, Lenain entregou a carta de Bompard ao Ministério da Agricultura, mas a crise ainda persiste, já que a indústria de carnes condicionou a retomada do fornecimento ao Carrefour Brasil a uma retratação pública completa. Embora o Carrefour França tenha afirmado que a medida afeta apenas as unidades no país, a operação brasileira não foi impactada diretamente até o momento.
O principal ponto de conflito continua sendo a afirmação de Bompard sobre a qualidade das carnes do Mercosul, incluindo as brasileiras, que, segundo ele, não atenderiam aos padrões exigidos pelo mercado francês. A carta de retratação, que ainda está sendo discutida, deverá incluir um reconhecimento formal da qualidade e da segurança das carnes brasileiras, como exigido pela indústria e pelo governo. Uma nova rodada de negociações está prevista para os próximos dias, com o objetivo de aliviar as tensões e restaurar as relações comerciais.