Na primeira quinzena de outubro, o Projeto Tatu-Canastra registrou uma captura histórica no Pantanal, com a captura do maior tatu-canastra macho já documentado em 14 anos de pesquisa. O animal, que recebeu o nome de Wolfgang, mede 160 cm e pesa 36 kg, superando a média dos espécimes monitorados. Durante o procedimento realizado na Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul, os pesquisadores realizaram exames de saúde e instalaram um transmissor de rádio VHF, além de coletar sêmen do animal, o que representa um avanço significativo para o entendimento da reprodução da espécie.
A coleta de sêmen foi realizada utilizando técnicas modernas, como a eletroejaculação, que garantem o bem-estar do animal ao minimizar o estresse durante o procedimento. A análise inicial indica que Wolfgang é um animal sexualmente maduro, com cerca de 7 anos, idade em que a espécie alcança a maturidade. O projeto também está desenvolvendo um banco de germoplasma, que visa preservar a diversidade genética do tatu-canastra, classificado como vulnerável pela IUCN. Essa estratégia permite proteger a espécie sem a necessidade de manter grandes populações em cativeiro.
O tatu-canastra desempenha um papel ecológico crucial, atuando como engenheiro do ecossistema ao escavar tocas que servem de abrigo para diversas espécies de vertebrados. O projeto, que opera no Pantanal desde 2010, já monitorou 44 indivíduos e continua com ações de preservação em outras regiões, como o Cerrado e a Mata Atlântica. A captura de Wolfgang não só contribui para o conhecimento científico, mas também reforça os esforços de conservação da espécie frente às ameaças de perda de habitat.