O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, criticou a decisão do Carrefour de suspender a compra de carnes provenientes dos países do Mercosul, decisão tomada no final da semana passada. Essa medida gerou um forte descontentamento entre empresas brasileiras do setor frigorífico, que já anunciaram uma retaliação ao grupo, interrompendo suas vendas de produtos para o Carrefour e suas marcas associadas, como o Atacadão. Lira destacou que a Câmara pode discutir, ainda nesta semana, um projeto que visa estabelecer a reciprocidade econômica nas relações comerciais entre países, especialmente para enfrentar o protecionismo de nações europeias.
A decisão do Carrefour foi tomada como um apoio ao setor agrícola francês, que tem se oposto ao acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. Alexandre Bompard, CEO do grupo francês, justificou o boicote como uma forma de solidariedade ao agronegócio europeu. No entanto, a medida foi vista como prejudicial ao comércio com os países do Mercosul, particularmente o Brasil, e gerou reações intensas de autoridades e empresários brasileiros.
Lira enfatizou que é necessário um posicionamento claro por parte do Brasil contra o protecionismo europeu, especialmente vindo da França, e que o Congresso buscará formas de garantir a isonomia nas relações comerciais internacionais. O presidente da Câmara defendeu que os empresários e a sociedade brasileira precisam reagir de forma firme ao boicote, sugerindo que o Carrefour, se optar por não comprar carne brasileira, também deixe de comercializá-la no Brasil.