Os contratos futuros do café arábica atingiram seu maior valor em 13 anos nesta quinta-feira (14), impulsionados por preocupações com a safra do próximo ano no Brasil, maior produtor da commodity, e com a produção de robusta no Vietnã. O café arábica, utilizado em misturas e cafés torrados, e o robusta, mais comum em café instantâneo, são parcialmente intercambiáveis, o que faz com que a escassez de um leve ao aumento da demanda pelo outro. As condições climáticas no Brasil, como as chuvas recentes, têm gerado incertezas quanto ao potencial da safra de 2025.
Com a umidade do solo abaixo do ideal, produtores brasileiros relataram dificuldades nas fazendas de arábica, com plantas mostrando mais folhas do que frutos. Embora nem todas as propriedades estejam enfrentando o mesmo problema, a incerteza sobre a qualidade da safra tem pressionado os preços físicos do café, que seguem em alta devido aos estoques limitados e à perspectiva de uma produção menor no Brasil. Enquanto isso, o Vietnã, maior produtor de robusta, enfrenta atrasos nas colheitas devido às tempestades, o que pode resultar em uma redução significativa na produção, que já era esperada menor devido a condições climáticas adversas.
Além do café, outras commodities também tiveram alta, como o cacau e o açúcar, que seguem a tendência de valorização no mercado internacional. O aumento nas previsões de preços do café arábica para 2025 reflete a expectativa de um mercado mais apertado devido a dificuldades nas safras no Brasil e no Vietnã. O cenário sugere que a oferta de café continuará limitada, com preços elevados nos próximos anos, influenciados pelas condições climáticas desfavoráveis e pelos estoques mais baixos.