A obtenção do Benefício de Prestação Continuada (BPC) tem imposto desafios significativos a muitos brasileiros, especialmente aos mais vulneráveis. Um pedreiro de 76 anos, que não sabe ler nem escrever, enfrentou uma série de obstáculos burocráticos e tecnológicos para desbloquear o benefício, que representa sua única fonte de renda. Sem acesso a um telefone ou conhecimentos básicos de tecnologia, ele não foi informado adequadamente sobre a necessidade de atualizar seu cadastro no CadÚnico, um requisito para continuar recebendo o benefício.
A peregrinação do idoso incluiu idas a diferentes agências do INSS e Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), complicadas por informações confusas e desencontros. Embora a situação tenha sido resolvida após diversas idas e vindas, o processo expôs falhas graves na comunicação e no suporte às pessoas que dependem do benefício. A dificuldade em lidar com requisitos digitais e deslocamentos desnecessários evidencia a falta de infraestrutura adequada para atender à população idosa e analfabeta.
Especialistas alertam para a necessidade de mais empatia e treinamento de servidores públicos para lidar com esses casos, já que o BPC é destinado a pessoas em condições de vulnerabilidade. A implementação de sistemas acessíveis e inclusivos é considerada essencial para garantir dignidade e cidadania aos beneficiários. O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que tem utilizado diversos meios para notificar os beneficiários, mas as dificuldades enfrentadas pelo pedreiro ilustram os desafios de acesso em um sistema que deveria ser mais eficiente e humano.