A Brava Energia (BRAV3), formada pela fusão entre Enauta e 3R Petroleum, apresentou resultados do terceiro trimestre de 2024 ligeiramente abaixo das previsões do mercado, com um Ebitda ajustado de R$ 727 milhões, 5% abaixo das estimativas. A empresa também registrou uma queda de 37,2% nas ações ao longo do ano, em grande parte devido à baixa nos preços do petróleo e à desconfiança sobre suas operações. A produção consolidada foi impactada pela paralisação de atividades nos campos de Papa-Terra e pela presença de custos não recorrentes, mas o mercado reagiu positivamente ao foco da empresa na otimização de suas operações e na aceleração de um processo de desalavancagem.
Apesar dos números fracos, algumas corretoras, como o BBA, mantiveram recomendação de compra com preço-alvo de R$ 47, citando a perspectiva de crescimento futuro. A empresa obteve um fluxo de caixa livre de R$ 336 milhões, impulsionado pela venda de participação no campo BS-4. A XP Investimentos, por sua vez, manifestou preocupações com a alavancagem da companhia, projetando uma deterioração substancial no quarto trimestre de 2024, especialmente devido à paralisação da produção em dois campos-chave. No entanto, a corretora acredita que o aumento na produção nos próximos meses pode ajudar a reverter as dificuldades.
Por outro lado, o Santander e o Bradesco BBI têm visões mistas sobre o desempenho futuro. O Santander mantém sua recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 48, destacando a importância da retomada de produção em Papa-Terra e na plataforma FPSO Atlanta. Já o Bradesco BBI cortou seu preço-alvo de R$ 40 para R$ 32, classificando os resultados como fracos, mas ainda acreditando no potencial de dividendos. Com desafios à frente, como a possível violação de covenants de dívida, os analistas continuam a observar de perto o progresso da Brava em seus campos de produção.