O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil está adotando uma postura contrária à maioria dos países, que esperam quedas nas taxas de juros. Durante um evento realizado em São Paulo, ele destacou que, enquanto economias globais buscam redução nas taxas, o Brasil segue com aumento nos juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto, fixando-a em 11,25% ao ano, a primeira alta desde agosto de 2022. O Boletim Focus também projetou uma Selic de 11,75% para o final de 2024.
Campos Neto reconheceu os esforços do governo brasileiro, principalmente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para garantir a sustentabilidade fiscal do país. A equipe econômica está preparando um pacote de corte de gastos, com grandes expectativas sobre os próximos anúncios fiscais, que podem ter um impacto significativo sobre a economia. Apesar das dificuldades, ele destacou o empenho do governo em criar soluções que possam melhorar o cenário fiscal do Brasil.
Enquanto isso, a disparidade entre as decisões de política monetária no Brasil e no restante do mundo continua a gerar debates. Países como os Estados Unidos estão reduzindo suas taxas de juros, enquanto o Brasil adota uma política mais restritiva, com a expectativa de manutenção de uma Selic alta para controlar a inflação. Essa diferença tem gerado preocupação entre analistas, que observam a relação entre a política fiscal e monetária no país.