O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, quebrou o silêncio em resposta a uma série de ataques verbais do regime de Nicolás Maduro, surpreendendo-se com o tom ofensivo das autoridades venezuelanas. Em uma nota divulgada pelo Itamaraty, o Brasil expressou sua estranheza em relação às ofensas dirigidas ao País e a seus símbolos, enfatizando que a escolha por ataques pessoais em vez de diálogo diplomático não se alinha ao tratamento respeitoso que o Brasil busca manter em suas relações com a Venezuela.
As tensões entre Lula e Maduro se intensificaram desde que o brasileiro assumiu novamente a presidência. Inicialmente, Lula tentou reabilitar o chavismo e trazer a Venezuela de volta ao cenário internacional, mediando até um acordo de paz entre o governo e a oposição. Contudo, a postura cautelosa do Brasil diante das violações de direitos e fraudes eleitorais na Venezuela gerou críticas, uma vez que os principais opositores do regime enfrentaram inabilitações e perseguições políticas.
A relação deteriorou-se ainda mais após a eleição presidencial de julho, em que irregularidades foram amplamente denunciadas. Com a recusa do chavismo em fornecer provas de legitimidade da vitória, o governo brasileiro começou a criticar Maduro pela crescente autoritarismo, embora evitasse rotulá-lo como ditador. Nesse cenário, os chavistas passaram a acusar o Brasil de interferência, intensificando a crise diplomática entre os dois países.