Em 2023, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, uma redução de 12% em relação ao ano anterior, quando as emissões foram de 2,6 bilhões de toneladas. Essa queda foi impulsionada pela redução de 24% nas emissões por desmatamento, especialmente na Amazônia, onde as ações de fiscalização reduziram a desflorestação em 37%. No entanto, outros setores apresentaram aumento nas emissões, como a agropecuária e a energia, o que mantém o Brasil entre os cinco maiores emissores globais de gases estufa. As mudanças no uso da terra seguem sendo a maior fonte de emissões, representando 46% do total, com destaque para o crescimento do desmatamento no Cerrado e a expansão do rebanho bovino, que atingiu um recorde histórico.
Para alcançar suas metas climáticas, o Brasil precisa reduzir suas emissões líquidas para 1,32 bilhões de toneladas de CO2 equivalente até 2025, conforme o Acordo de Paris. Em 2023, as emissões líquidas ficaram em 1,65 bilhões de toneladas, exigindo uma queda adicional de mais de 20% nos próximos dois anos. O coordenador do estudo, David Tsai, sugere que o país deve focar em uma descarbonização mais ampla e não apenas na Amazônia. Durante a Cúpula do Clima (COP-29), que será realizada em Baku, Azerbaijão, representantes de várias nações discutirão estratégias de financiamento e ações para a descarbonização, destacando a necessidade de uma atuação global mais integrada para mitigar as mudanças climáticas.
Emissões de queimadas, embora monitoradas, ainda não são contabilizadas no inventário oficial do governo, gerando um debate sobre a importância de incluí-las no balanço nacional. Em 2023, as queimadas não associadas ao desmatamento emitiram 90 milhões de toneladas de CO2 equivalente, e o Observatório do Clima alerta para o impacto crescente do fogo nas emissões do Brasil. Além disso, o relatório do Seeg monitorou pela primeira vez as emissões de metano e óxido nitroso por queima de pastagens, que são gases mais potentes em termos de aquecimento global. Essa abordagem poderá ser essencial no futuro próximo, já que o aquecimento global agrava os incêndios e aumenta os desafios para atingir as metas de descarbonização.