Às vésperas da Cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro, o diretor do Centro de Excelência do Programa Mundial de Alimentos, Daniel Balaban, destacou a importância do Brasil como líder nas questões ambientais e no combate à fome e à pobreza. Em entrevista, Balaban enfatizou que as mudanças climáticas têm se mostrado uma das principais causas da fome no mundo, afetando especialmente as populações mais vulneráveis em países em desenvolvimento. Ele ressaltou o papel crucial das secas e enchentes causadas pelo desequilíbrio climático na produção agrícola, que compromete a segurança alimentar global.
O diretor também alertou sobre o impacto das crises climáticas no Brasil, apontando que o país, com suas vastas áreas de floresta e agricultura, é um dos mais afetados pelo desmatamento e pelo aquecimento global. Segundo ele, o foco da agricultura brasileira em lucros imediatos, com a produção de grãos destinados à alimentação animal, contribui para a degradação das terras e piora a situação da fome. Balaban defendeu a necessidade urgente de recuperar as terras degradadas e mudar os modelos de produção para garantir a segurança alimentar no futuro.
Em relação ao cenário internacional, Balaban falou sobre os desafios impostos pela presidência de Donald Trump nos Estados Unidos, especialmente no que diz respeito às políticas ambientais. Contudo, ele acredita que a liderança do Brasil, aliada à criação da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza no G20, pode ser fundamental para unir os países em torno de soluções para as mudanças climáticas e a erradicação da fome. O diretor reforçou que, embora os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para 2030 ainda pareçam distantes, o trabalho contínuo e a ação política são essenciais para alcançar a redução significativa da fome no mundo.