A partir de 4 de novembro, o Brasil implementará uma mudança significativa em sua estratégia de combate à poliomielite, substituindo a vacina oral poliomielite (VOP), administrada em gotas, pela vacina inativada poliomielite (VIP), que é aplicada por injeção. Esta alteração, segundo o Ministério da Saúde, alinha-se a uma tendência global de utilização da VIP, que não contém o vírus vivo atenuado, permitindo que indivíduos com imunodeficiência também possam ser vacinados. Além disso, a mudança busca reduzir o risco de transmissão ambiental do vírus, que pode ocorrer com a VOP, uma vez que este pode se mutar em raras circunstâncias e desencadear a doença.
Outra vantagem da vacina injetável é a simplificação do esquema vacinal. As três primeiras doses continuam sendo administradas com a VIP aos 2, 4 e 6 meses de idade, e a dose de reforço, antes oral, agora será injetável aos 15 meses. A segunda dose de reforço, que era dada aos 4 anos, não será mais necessária devido à maior eficácia da nova vacina. O personagem Zé Gotinha, símbolo das campanhas de vacinação no Brasil, continuará a ser utilizado para promover a imunização, mesmo com a transição para a vacina injetável.
Após um período de queda nas taxas de imunização, o Brasil mostra sinais de recuperação. Em 2023, a cobertura vacinal contra poliomielite alcançou 86,55%, um aumento em relação aos 77,20% de 2022, embora ainda esteja abaixo da meta de 95% para crianças menores de 5 anos. A vacinação é considerada essencial para o controle e eliminação de doenças, e um maior número de vacinados resulta em menor circulação do vírus, conforme destacado pelos especialistas.