O Brasil é o país que mais paga encargos com juros sobre sua dívida pública, de acordo com um estudo do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB). Com uma dívida bruta de 84,67% do Produto Interno Bruto (PIB) e taxas de juros básicas em 11,25%, o Brasil destina 5,97% de seu PIB para o pagamento de juros. Esse alto custo é seguido por México e Índia, que também enfrentam taxas elevadas, mas menores do que as do Brasil. As maiores dívidas globais são de países como Japão e Argentina, com índices muito superiores, mas os encargos com juros no Brasil são destacados como os mais altos do mundo.
O relatório do FSB destaca que a dívida pública aumentou significativamente após a pandemia, em grande parte devido a políticas fiscais expansionistas e a desaceleração econômica global. O estudo aponta que os elevados encargos com juros estão diretamente relacionados à continuidade dessas políticas, o que mantém as dívidas em crescimento, especialmente em países emergentes e de baixa renda. A alta dívida pode prejudicar a capacidade de crescimento econômico e aumentar a vulnerabilidade das economias a choques financeiros.
Além disso, o FSB alerta que esse cenário de elevados encargos com juros não afeta apenas os governos, mas também as famílias e as empresas, que enfrentam maiores custos financeiros. A combinação de dívida elevada, juros altos e crescimento econômico modesto coloca muitos países em uma posição arriscada, com o risco de um aumento do prêmio de risco e maiores dificuldades para financiar a dívida no futuro. A implementação das reformas financeiras acordadas entre líderes globais, segundo o FSB, é essencial para evitar uma instabilidade financeira prolongada.