O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloízio Mercadante, afirmou que a recente eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos pode sinalizar uma onda de protecionismo mundial. Esse movimento, segundo Mercadante, poderá demandar uma resposta do Brasil, que, segundo ele, precisará adotar algumas medidas protecionistas de forma transparente e calculada, visando a defesa de sua economia sem romper parcerias estratégicas.
Durante o fórum Estadão Think, realizado na Fiesp, em São Paulo, Mercadante destacou que o Brasil poderia recorrer a cotas e outras ações racionais como meios de proteção, sempre considerando seus aliados como parceiros estratégicos. Ele comparou o cenário brasileiro ao da China, onde o equilíbrio entre o Estado e o mercado contribuiu para o crescimento econômico. Essa referência à China visa ilustrar a possibilidade de implementar políticas de desenvolvimento econômico que também protejam o mercado local.
Mercadante reforçou que, caso a agenda protecionista dos Estados Unidos avance, o Brasil precisará de instrumentos de defesa comercial para proteger seus interesses. Ele observou que ignorar essa potencial mudança de postura dos EUA seria um erro e reiterou sua posição com a frase “Eu não tenho nada contra America First, mas eu sou Brasil First,” destacando a importância de priorizar os interesses econômicos brasileiros.