A equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressa preocupação com a possibilidade de políticas comerciais unilaterais sob o governo de Donald Trump, especialmente diante da promessa de aumento nas tarifas de importação nos Estados Unidos. Assessores de Lula destacam a importância do diálogo multilateral para minimizar possíveis impactos negativos na economia brasileira, enfatizando que o Brasil quer ser consultado antes de qualquer mudança significativa nas tarifas americanas.
A retórica de Trump durante a campanha, com forte teor protecionista, gera apreensão no governo brasileiro, que vê riscos de desaceleração no comércio global e potenciais efeitos negativos sobre as exportações brasileiras. A introdução de novas tarifas pode ainda levar a pressões inflacionárias nos Estados Unidos, o que teria desdobramentos desfavoráveis para o Brasil, impactando o câmbio e os juros. O governo de Lula espera que, uma vez empossado, Trump adote uma postura pragmática e modere suas promessas de campanha.
Além das questões comerciais, as diferenças de posicionamento entre os dois líderes, especialmente em relação à crise climática, são evidentes. Lula pretende impulsionar a COP 30, que ocorrerá no Brasil, para fortalecer compromissos climáticos globais e espera que Trump possa participar do evento em Belém. A expectativa é de que a COP 30 seja um marco na adoção de metas para redução de emissões de carbono, reforçando a colaboração entre os dois países em temas de importância global.