O Brasil assumiu a presidência rotativa do G20 em dezembro de 2023, sucedendo a Índia, e sediará a cúpula de 2024 no Rio de Janeiro. O bloco, criado em 1999 para lidar com crises financeiras, evoluiu para um fórum que aborda questões globais como mudanças climáticas, saúde e segurança alimentar, além de ser uma plataforma de discussões sobre tensões geopolíticas. O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, priorizou temas como a redução das desigualdades, a reforma de instituições globais e a promoção do desenvolvimento sustentável, buscando dar voz ao mundo em desenvolvimento.
A presidência brasileira enfrenta o desafio de unir os membros do G20 em torno de uma agenda comum, especialmente em temas polêmicos como a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio. Enquanto países como a Índia e a Indonésia, nas presidências anteriores, conseguiram mediar posições divergentes entre as potências globais, o Brasil terá que lidar com a crescente polarização e o impacto de questões como o retorno de lideranças políticas à Casa Branca. A expectativa é que, assim como em cúpulas passadas, o Brasil busque promover uma agenda de consenso, mantendo seu papel como representante do Sul Global e mediador de grandes disputas.
Entre as grandes questões que devem dominar a agenda do G20 durante a presidência brasileira estão a reforma das instituições financeiras globais, como o FMI e a OMC, além do enfrentamento das mudanças climáticas e da busca por soluções para a crise alimentar mundial. No entanto, o sucesso concreto dessas discussões depende da capacidade do Brasil de superar as divisões internas e externas do bloco, algo que tem sido um desafio crescente em tempos de tensões globais e crises múltiplas. A cúpula no Rio será, portanto, uma oportunidade para avaliar não só a liderança do Brasil, mas também a eficácia do G20 como plataforma de diálogo global.