O Brasil assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2023, sucedendo a Índia. Este fórum, fundado em 1999 para lidar com crises financeiras e econômicas globais, representa duas terças partes da população mundial e 75% do comércio global. Desde 2008, o G20 tem ampliado suas discussões para incluir questões como mudanças climáticas, saúde global e tensões geopolíticas, embora nem sempre seja possível alcançar consenso entre seus membros. Durante sua presidência, o Brasil priorizou temas como a redução das desigualdades, reformas nas instituições financeiras globais e o enfrentamento das mudanças climáticas, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os países do Sul Global.
Em 2024, o Brasil sediou diversas reuniões do G20, com foco no desenvolvimento sustentável e em reformas nas principais organizações internacionais, como o FMI e a OMC. O governo brasileiro, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, também procurou aumentar a participação do mundo em desenvolvimento nas discussões globais, colocando temas como a desigualdade e as crises econômicas na agenda. Contudo, a cúpula enfrentou desafios geopolíticos significativos, como as tensões envolvendo a guerra na Ucrânia e os conflitos no Oriente Médio, questões que devem continuar a ser debatidas na reunião final do ano.
A presidência do G20 sempre apresenta desafios únicos e complexos para cada país que a assume. O Brasil terá a tarefa de gerenciar divisões internas e externas, equilibrando as expectativas de seus aliados e lidando com crises globais. A presidência indiana em 2023, por exemplo, foi marcada pela habilidade diplomática em encontrar um meio-termo em relação à guerra na Ucrânia, enquanto a Indonésia, em 2022, lidou com a crescente polarização do grupo. O aumento das tensões internacionais, especialmente com o retorno de líderes como Donald Trump, deve tornar ainda mais difícil o multilateralismo, exigindo uma atuação cuidadosa e estratégica por parte do Brasil no comando do G20.