O governo brasileiro apresentou, na COP29, sua nova Contribuição Nacional Determinada (NDC) para o Acordo de Paris, estabelecendo metas para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, com base nos níveis de 2005. Embora o documento mencione a importância de políticas para reduzir o desmatamento e promover a sustentabilidade, não foram detalhadas ações específicas para alcançar essas metas, como a eliminação do desmatamento ilegal e o papel dos combustíveis fósseis na transição energética. O Brasil também se compromete a atingir emissões líquidas zero até 2050, mas, segundo especialistas, essa meta ainda está aquém do necessário para combater os impactos das mudanças climáticas.
As emissões de gases de efeito estufa no Brasil continuam sendo majoritariamente causadas pelo desmatamento, especialmente na Amazônia, que responde por 46% das emissões do país. A redução da taxa de desmatamento tem sido uma medida importante para reduzir essas emissões, mas especialistas sugerem que o Brasil deveria adotar uma meta mais ambiciosa, com redução de até 92% das emissões até 2035. O país, que atualmente é o sexto maior emissor de CO2, precisa adotar políticas mais rigorosas para limitar o desmatamento a 100 mil hectares por ano, como prometido pela atual administração, para atingir as metas estabelecidas.
Embora o Brasil se apresente como um líder climático, as metas delineadas na NDC não especificam de maneira clara como o país alcançará seus compromissos, nem qual será o papel da substituição dos combustíveis fósseis ou a eletrificação da matriz energética nesse processo. Especialistas destacam que, para que o país cumpra o Acordo de Paris e contribua efetivamente para limitar o aquecimento global a 1,5°C, é necessário um planejamento mais robusto e ambicioso, além de um maior foco na transição energética e na implementação de políticas públicas de combate ao desmatamento.