O governo brasileiro anunciou uma nova meta climática que será apresentada na próxima Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-29), que acontecerá em Baku, no Azerbaijão. O objetivo é reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035 em relação aos níveis de 2005, alcançando entre 850 e 1.050 milhões de toneladas de dióxido de carbono. Segundo o governo, essa Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) reflete um esforço significativo para o cumprimento dos compromissos climáticos, visando a neutralidade de carbono até 2050.
Para alcançar essa meta, o Brasil aposta principalmente na redução do desmatamento, especialmente na Amazônia, onde incêndios e degradação florestal continuam a representar desafios. Entre janeiro e novembro de 2024, o bioma registrou um aumento de 48% nos focos de incêndio em comparação ao ano anterior. O governo também prepara planos setoriais para engajar diferentes áreas da economia, visando uma redução efetiva nas emissões. No entanto, dados do Observatório do Clima mostram que, em 2023, o Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de gases de efeito estufa, ainda mantendo o país como um dos maiores emissores globais.
Especialistas têm opiniões mistas sobre a nova meta. Embora reconheçam o aumento da ambição comparado à NDC anterior, consideram o compromisso aquém do necessário para atingir o limite de aquecimento global de 1,5ºC. Segundo eles, a meta anunciada não corresponde ao desejo do governo de ser um líder em ações climáticas globais. Esse ceticismo destaca a necessidade de um esforço mais ousado e ambicioso para que o Brasil contribua efetivamente para a agenda climática mundial.