O Brasil divulgou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) em 8 de novembro, com metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) entre 39% e 50% até 2035, com base nas emissões de 2019. Embora o governo considere a meta compatível com os desafios climáticos, especialistas apontam que ela está aquém das recomendações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que sugere uma redução de 60%. A falta de um compromisso claro para limitar o aquecimento global a 1,5ºC é uma das críticas centrais à NDC, de acordo com organizações como o Instituto Talanoa e o WWF-Brasil.
Apesar de ter cumprido a promessa de antecipar a divulgação da meta antes de 2025, o governo brasileiro também foi criticado pela forma discreta de anunciar a NDC, com um comunicado publicado à noite e sem grande repercussão pública. Especialistas destacam que a meta, embora importante, não reflete a urgência necessária no enfrentamento das mudanças climáticas, e alertam para a necessidade de um plano mais robusto para a transição energética, incluindo a redução do uso de combustíveis fósseis.
Durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que acontece entre 11 e 22 de novembro, espera-se que o governo brasileiro forneça mais detalhes sobre como pretende alcançar suas metas climáticas. Organizações e especialistas expressam a expectativa de que o Brasil retome sua posição de liderança nas negociações internacionais sobre clima, apresentando um caminho claro para a neutralidade de carbono até 2050 e o fim do desmatamento até o final desta década.