As bolsas da zona do euro fecharam majoritariamente em queda nesta quarta-feira (27), impactadas pelas incertezas geradas pela possível imposição de novas tarifas comerciais sob a presidência de Donald Trump. A expectativa de uma nova guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia (UE) pode afetar negativamente a já fragilizada economia europeia, com a perda de competitividade e o baixo crescimento econômico. A postura do governo americano e os desafios enfrentados pelo setor industrial europeu ampliam as preocupações sobre um possível retrocesso econômico, o que poderia levar a zona do euro a uma recessão nos próximos anos, conforme estimativas do ING.
Na França, o clima de incerteza política e econômica abalou a confiança dos consumidores, resultando em uma queda no índice de confiança de 93 para 90 pontos em novembro. Na Alemanha, a situação não é melhor, com a confiança do consumidor atingindo o menor nível desde maio. No cenário mais amplo da zona do euro, o índice pan-europeu Stoxx600 fechou em queda de 0,20%, refletindo o pessimismo no mercado. Já o mercado britânico, embora afetado pelas mesmas incertezas, teve um desempenho levemente positivo, com o FTSE 100 subindo 0,20%.
No campo das políticas monetárias, o Banco Central Europeu (BCE) demonstrou cautela em relação a novos cortes nas taxas de juros. A dirigente Isabel Schnabel afirmou que o BCE está próximo das taxas neutras e, por isso, qualquer flexibilização futura será gradual, dependendo dos dados econômicos. Apesar da pressão sobre os preços de serviços, Schnabel se mostrou confiante de que a inflação na zona do euro deve atingir a meta de 2% no próximo ano. O BCE segue atento às condições econômicas, enquanto líderes de outros bancos centrais, como o Banco da Inglaterra, também se preparam para discursos que podem fornecer mais clareza sobre a direção da política monetária.