A Bolívia anunciou sua intenção de vender créditos de compensação de carbono no valor de US$ 5 bilhões, com o objetivo de atingir sua meta de erradicar o desmatamento no país até o final da década. Empresas e países poderão adquirir esses créditos para compensar suas emissões de gases de efeito estufa, financiando projetos de conservação, reflorestamento e mitigação de danos ambientais. O governo boliviano vê essa iniciativa como uma maneira de gerar valor econômico e ambiental para o país, especialmente em um momento em que enfrenta uma crise econômica e um aumento do desmatamento, com recordes de incêndios florestais.
O projeto será estruturado em conformidade com o Acordo de Paris, permitindo que países estrangeiros adquiram os créditos para cumprir suas próprias metas climáticas. Os créditos, que equivalem a aproximadamente 250 milhões de toneladas de CO2, serão emitidos em forma de títulos e devem ser usados exclusivamente para proteger as florestas bolivianas. A plataforma Laconic Infrastructure Partners, responsável pela gestão e venda dos créditos, monitorará o progresso das metas e garantirá que os recursos sejam aplicados corretamente, com a Bolívia assumindo responsabilidade por eventuais falhas no cumprimento das metas de redução de emissões.
Em meio a uma situação econômica difícil, com reservas internacionais escassas e um aumento nos incêndios, o governo boliviano considera essencial não só combater os incêndios florestais, mas também prevenir e mitigar seus efeitos a longo prazo. A venda de créditos de carbono é vista como uma estratégia para gerar recursos que podem ser utilizados tanto na prevenção de novos danos ambientais quanto na recuperação das áreas afetadas. O governo está em negociações com potenciais compradores, incluindo corporações e outros governos, com a expectativa de que as primeiras transações ocorram já no segundo trimestre de 2025.