A Chat Cola, refrigerante produzido localmente na Cisjordânia, se tornou um símbolo do movimento de boicote aos produtos estrangeiros, especialmente à Coca-Cola, vista por muitos palestinos como excessivamente americana e associada ao apoio a Israel. Desde o início da guerra em Gaza em outubro de 2023, as vendas da marca aumentaram significativamente, com a empresa observando uma redução de até 80% nas vendas da Coca-Cola em algumas regiões. A bebida local se tornou uma alternativa popular, em grande parte devido ao apoio político ao consumo de produtos palestinos e ao desejo de reduzir a dependência de marcas associadas a potências ocidentais.
A fábrica da Chat Cola, situada em Salfit, na Cisjordânia, enfrenta desafios operacionais, incluindo dificuldades no fornecimento de matérias-primas, com a retenção de cargas na fronteira com a Jordânia. Apesar disso, a demanda tem superado a produção, e o proprietário da marca, Fahed Arar, está considerando expandir para a Jordânia, onde espera atender ao mercado internacional. O movimento de boicote também se reflete em outras áreas da economia palestina, como demonstrado pela destruição de grandes quantidades de produtos israelenses em supermercados, após a data de validade, como parte de um esforço para promover alternativas locais.
Embora o boicote tenha sido mais bem-sucedido em países árabes vizinhos, a Cisjordânia ainda enfrenta desafios devido à dependência de produtos israelenses em várias áreas da economia. No entanto, o crescimento das vendas de produtos locais e o crescente apoio político ao consumo de itens produzidos na Palestina indicam uma tendência de fortalecimento do mercado interno. Com uma capacidade de produção limitada e dificuldades logísticas, os empresários palestinos enfrentam uma luta constante para equilibrar a demanda crescente com a capacidade de suprir o mercado.