O boicote ao Carrefour, iniciado no Brasil após a decisão da rede de suspender as compras de carnes do Mercosul, se expandiu para afetar também o setor de carnes de aves e suínos. Grandes frigoríficos e cooperativas, como BRF, Seara e Aurora, anunciaram a interrupção no fornecimento de produtos para a rede, como forma de protesto contra as declarações do CEO da empresa francesa. Embora não exista um movimento formalizado de boicote, muitas empresas têm optado por suspender suas negociações com o Carrefour, gerando um impacto significativo no mercado.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) convocou uma reunião para avaliar a adesão ao boicote, onde se discutirá a possível ampliação da medida. Algumas empresas continuam a honrar contratos já firmados, mas novas transações estão sendo postergadas, o que tem gerado preocupação no setor. Além disso, as carnes que não serão mais enviadas ao Carrefour serão redirecionadas para outras empresas do mercado. A indústria está especialmente preocupada com a demora da rede francesa em dar uma resposta clara sobre a situação.
O Paraná, maior produtor de carne de frango do Brasil, é um dos estados mais afetados pela crise, e as autoridades locais expressaram sua preocupação com a continuidade do boicote. A situação tem gerado uma série de reações políticas, com autoridades e representantes do setor agrícola criticando a postura do Carrefour, enquanto também buscam formas de mitigar os danos à produção nacional. A indústria de proteína animal tem monitorado a evolução do boicote, temendo que ele se intensifique ainda mais nos próximos meses.