A crise envolvendo o Carrefour e o Brasil continua a gerar repercussões, especialmente em meio às negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que estão ocorrendo em Brasília. O movimento de boicote do Carrefour à carne sul-americana, motivado por questões de qualidade, ocorre justamente quando os representantes dos dois blocos estão buscando um entendimento sobre o tratado. As discussões devem culminar em um novo texto a ser analisado pelos presidentes do Mercosul no início de dezembro, em Montevidéu, com a possível assinatura do acordo.
A França tem sido a principal oposição ao acordo, e a crise da carne agrava ainda mais a situação. Após um comunicado do CEO do Carrefour, em que a rede anunciou que não compraria mais carne da América do Sul, a França reiterou sua posição contrária ao tratado, com o parlamento francês rejeitando a assinatura do acordo. A ministra da Agricultura francesa criticou a entrada de produtos que, segundo ela, não atendem às normas de segurança sanitária e ambientais, colocando em risco a soberania nacional.
Em resposta às provocações francesas, o governo brasileiro, por meio de lideranças no Parlamento do Mercosul, tem se mobilizado para contestar as alegações e tentar equilibrar as negociações. No entanto, dentro do Congresso Nacional, há críticas à postura adotada pelo governo, com alguns parlamentares sugerindo uma abordagem mais firme diante das críticas. O desfecho das negociações será decisivo para o futuro das relações comerciais entre os blocos.