O bloco afro paulista Ilú Obá De Min comemorou duas décadas de existência, destacando-se pela valorização da presença negra e feminina nas artes públicas de São Paulo. Fundado por Beth Beli, o grupo reúne cerca de 400 mulheres que, com seus tambores e instrumentos tradicionais, abrem o carnaval paulistano com cortejos no centro da cidade. Ao longo de sua trajetória, o Ilú tem exaltado a ancestralidade africana e promovido debates sobre temas como o empoderamento feminino e a luta contra a violência racial, consolidando-se como um movimento afrocentrado de arte, educação e cultura.
Beth Beli celebrou o marco histórico com uma reflexão sobre o impacto do coletivo, ressaltando que o Ilú representa um ecossistema de cultura negra, no qual histórias e narrativas de mulheres negras se encontram para formar novas expressões de resistência e celebração. O bloco também anunciou um espetáculo comemorativo assinado por Beli e Mafalda Pequenino, que evidencia a importância da contribuição das mulheres negras ao grupo e à cultura brasileira, com performances que resgatam ritmos e tradições afro-diaspóricas.
Com o tema “Girlei Luiza Miranda – Tambores Sempre Tambores”, o bloco anunciou o enredo para o Carnaval de 2025, uma homenagem a uma de suas fundadoras. A apresentação incluirá tambores, xequerês e agogôs, acompanhando dançarinos e pernaltas que desfilarão nas ruas do centro paulistano nos dias 28 de fevereiro e 2 de março. A comemoração dos 20 anos do Ilú reforça o compromisso do grupo com a cultura afro-brasileira e a continuidade de seu papel na celebração e resistência da identidade negra no país.