A Black Friday tem se consolidado como um evento crucial para o varejo brasileiro, com expectativas mistas para 2024. Embora haja sinais positivos de intenção de compra, o cenário macroeconômico, com juros altos e um ambiente econômico restritivo, ainda representa um desafio significativo para as empresas. A pesquisa da XP aponta que, apesar da cautela dos consumidores, setores como eletrônicos, moda e beleza continuam em alta, com destaque para o interesse crescente pela categoria de beleza. As empresas estão se preparando para o evento com estratégias diversificadas, como aprimoramento logístico e condições de pagamento facilitadas, visando atrair consumidores mais cautelosos.
Por outro lado, o comportamento do consumidor também tem se mostrado mais racional, com muitos monitorando os preços com antecedência e preferindo ofertas que garantam descontos maiores ou benefícios como frete grátis. A Neotrust projeta um crescimento de 9% nas vendas durante o fim de semana da Black Friday, alcançando mais de R$ 9 bilhões, impulsionado pela recuperação do comércio eletrônico. Entretanto, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) adota uma visão mais conservadora, prevendo um crescimento modesto de apenas 0,4%, devido a fatores como a alta das taxas de juros e a retração no crédito.
As principais plataformas de e-commerce, como Mercado Livre, Amazon e Magazine Luiza, estão adotando abordagens mais racionais, com foco em aumentar gradualmente os descontos à medida que o evento se aproxima. O BTG Pactual observa que, apesar da queda no ticket médio e um crescimento mais moderado nas vendas, o e-commerce brasileiro segue uma trajetória de expansão nos próximos anos, com maior concentração nas regiões Sudeste e com um aumento nas vendas por meio de parcelamentos. A racionalização de descontos e o corte de investimentos para manter a lucratividade são tendência entre as varejistas, em um esforço para se ajustar ao atual cenário econômico desafiador.